Há milhares de anos, a região de Castro Verde seria constituída por verdadeiros bosques mediterrânicos. Progressivamente, a prática de uma agricultura (sobretudo de feição cerealífera) e uma pastorícia extensivas foram modificando a paisagem, dando origem a um agro-ecossistema humanizado de alto valor natural.

Conhecida por estepe cerealífera (ou pseudo-estepe), nesta paisagem, quase desarborizada e dominada por vegetação herbácea (associada ao cultivo de cereais de sequeiro), encontram-se espécies de alto valor científico e conservacionista, nomeadamente plantas endémicas, e muitas aves carismáticas raras e ameaçadas de extinção a nível europeu e até mundial, como são as aves estepárias.

Pela raridade, diversidade e número de efetivos populacionais de aves estepárias, a estepe cerealífera de Castro Verde foi classificada em 1999, no âmbito da Diretiva Aves, como Zona de Proteção Especial (ZPE) de Castro Verde, passando a integrar a rede ecológica para o espaço da União Europeia (Rede Natura 2000).